21G7

Ponta seca, água forte e água tinta



Logo em 1960, e até 1963, reuniu-se um grupo de
artistas plásticos, com o intuito de desenvolverem uma
actividade criativa na área da gravura, pretendendo
com tal desígnio, reconhecer-lhe uma valência artística
que, a esse tempo, não se verificava pertinente. Foi pre-
cisamente António Quadros quem introduziu a prática
da gravura como disciplina na ESBAP. Pela acção de
um núcleo de autores empenhados na experimentação
da gravura, criavam-se condições, à semelhança do que
acontecera em Lisboa, com a cooperativa Gravura, fun-
dada em 1956, para a sua experimentação e valoração.
Em 1960, o conjunto de seis artistas, entre os quais se
incluíam Armando Alves, António Bronze, Manuel
Pinto, José Rodrigues e Ângelo de Sousa, evidenciava a
presença de António Quadros.
Constituía-se o grupo intitulado 21G7, dedicado à
prática da gravura. A designação do grupo, claramente
irónica, remetia para um sétimo artista “por vir”, assim
como para um hipotético número de 21 coleccionado-
res que se procurava constituir, em prol de um mercado
para as gravuras produzidas. A primeira edição de gra-
vuras deste grupo foi acompanhada de um curiosíssimo
catálogo, cujo texto colectivo se apresentava inscrito na
própria chapa utilizada para a impressão de gravura.
O grupo teve uma duração efémera mas essa duração
foi suficiente para, trabalhando sobretudo sobre metal,
alargar muitíssimo as experiências técnicas e as
linguagens expressivas, pois das suas mãos saíram
desde pontas-secas até técnicas mistas, passando pelas
águas-fortes, águas-tintas, buril e um longo etc.”
Ainda no Porto, a Cooperativa Árvore, fundada em
1963, local emblemático para a promoção de ideias e
acções contrariadoras do regime, a programação cultu-
ral verificou-se intensa e coerente, artística e ideologi-
camente. Entre as exposições a salientar, no contexto
dos primeiros anos de actividade da Árvore, mencione-
se, em 1965, a mostra de Rosa Ramalho, artista popular
“descoberta” por António Quadros em finais da década
de 50, cuja divulgação se consolida ao longo da década
de 60.

in www.revues-plurielles.org/_uploads/pdf/17/25/17_25_20.pdf

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